E.E. AZEVEDO JÚNIOR AMORDAÇA PROFESSORES

No rescaldo da ditadura a política educacional do governo paulista a E.E. Azevedo Júnior amordaça o seu professor de ciências. Exatamente, porque ele sempre teve posições muito claras acerca da realidade escolar, como aborda em seus livros acerca da cultura da paz e não violência nas escolas .

Certa vez perguntado acerca das possibilidades do Governador José Serra à Presidência da Republica, veja o que respondeu: “Todo governador paulista, que tratou mau o professorado, que não cuidou bem da escola, nunca mais conseguiu se eleger nem para Senador, quanto mais para Presidente”

As perseguições ao professor Maurício, iniciadas na EE Azevedo Júnior em 2002, culminam em 2010, naquele triste episódio em que o professor foi acusado falsamente de fazer ou promover, entre os alunos da 6C, um abaixo assinado-assinado, para expulsar da escola uma menina especial.

Neste episódio do abaixo-assinado a EE Azevedo Júnior, com conivência da Diretoria de Ensino, deve ter deliberadamente planejado a sua ação usando para isto os pais dos alunos indisciplinados, as leis de imprensa revogada e da mordaça ainda em vigor, para montar um fato pseudoverdadeiro a ser noticiado por reportagens enganosas, tendenciosas e imparciais, objetivando colocar o professor num beco-sem-saída.

Nesta ação nefasta a escola deve ter pensado que, com a Lei de Imprensa Revogada, o professor não iria poder responsabilizar juridicamente a imprensa; que esta iria ficar à vontade na produção e veiculação de reportagens enganosas e sensacionalistas sobre algum episódio que viria a ser montado, em torno de algo que tivesse uma grande repercussão pública, como a que fora feita pela Bad acerca do pretenso abaixo-assinado ( veja o vídeo aqui ).

 Pensou-se que maior impacto não poderia haver do que a comoção social causada pela notícia de que uma criança especial estando sendo ameaçada pelo seu próprio professor.Também devem ter pensado antecipadamente que o professor estaria ausente da participação nos debates e nas reportagens, devido à lei da mordaça, preservada pelo Governado Serra. Dentro deste contexto a armadilha estava pronta para pegar o professor e jogá-lo na fogueira, nos moldes da política de exceção e amordaçamento do sistema de ensino paulista.

O pontapé inicial da trajetória de perseguição ao professor Maurício começou bem antes dele vir a dar aulas na EE Azevedo Júnior, no início dos anos 90, quando ainda trabalhava na EE Braz Cubas e tentou ajudar uma colega sua, profª. de Ciências, Maria José.  Esta grande professora estava sendo acusada, pelos pais de alunos e pela direção da escola Azevedo Júnior, de estar trabalhando macumba, magia negra, nas aulas, dentro da escola.

Na realidade a professora Maria José desenvolvia um belo projeto científico, que fora consagrado na SEDUC. Neste experimento os alunos traziam uma galinha, que era dissecada, aproveitada para estudos fisiológicos, anatômicos, etc. No final do experimento os alunos remontavam o esqueleto da galinha para exposição. Como a experiência era feita sempre às sextas-feiras, por ser o horário da professora, os pais dos alunos indisciplinados associaram-na à macumbaria.

No ano seguinte ao Episódio da Macumba o prof. Maurício foi removido para a EE Azevedo Júnior. Sua primeira aula foi na 7ªA, onde ocorreu o Episódio da Cachaça. Nesta aula os alunos desta classe estavam com um litro de pinga circulando entre eles e bebiam, à medida que as aulas iam correndo, eles iam bebendo. O prof. Maurício relata que pediu a três alunos que comparecessem à direção, levando junto o litro de pinga. Depois de algum tempo os alunos retornaram sorridentes, dizendo que a Diretora havia aconselhado-os a tomar o restinho da pinga junto com ela, para não perturbar o professor. Nesta primeira aula, diz o professor, já deu para se obter o perfil daquela escola. Já dava para saber que teria que trabalhar numa escola sem governo, que passava a mão na cabeça de alunos, venerava seus pais e perseguia o professorado.

Esta escola que já fora templo do ensino-aprendizagem, aos poucos ia se transformando no quartel general da indisciplina, da desordem, do desacato, da falta de respeito, da anticidadania, etc. Nesta escola o canal pedagógico da inteiração entre ensino-aprendizagem estava fechado. O Valor pedagógico do professor se reduziu a zero. Ali o bom professor não é o que dá aula, mas o que não dá. Bom é aquele que é um bom tomador de conta de aluno, um babá de luxo. Ali já não havia mais espaço para o educador, formador, transformador, etc. Ali ainda há uns poucos alunos que possuem anelos, participam de atividades, tem uma relação estreita com a aprendizagem. Mas infelizmente, a maioria dos alunos é copista transcritores, se limitando o tempo todo a copiar textos transcritivamente, pois relutam em exercer a capacidade de raciocínio.

Nesta escola os alunos bons, filhos de mães disciplinadoras adoram aos professores disciplinadores e educadores, enquanto que os alunos maus, filhos de mães permissivas, detestam professores formadores. Como era o caso do professor Maurício, que era adorado pelos bons alunos e detestado pelos maus. E teve muito problemas com a direção e com as mães permissivas, por tentar disciplinar os alunos bagunceiros, colocar ordem na classe, para garantir o direito de aprender dos bons alunos.

Nesta escola há um festival de vendaria de coisas, vendem-se de tudo, desde  relógios, cursos, perfumes, calcinhas até produtos ilegais, cuja descrição não cabe aqui, por razões óbvias. Esta escola é usada para concursos, mas os professores não eram chamados para participarem e ganharem um dinheirinho. Quem era convidado eram os parentes e amigos da direção.

O Episódio do Racismo – Nos textos do professor Maurício encontrarrmos o seguinte: “Eu fui chamado a diretoria, pela  Vice-Diretora Diana, para atender a um pai raivoso, que queria fazer um Boletim de Ocorrência contra mim. Aquele pai falou o que queria e o que não queria para mim, na frente da Vice-Diretora, que a la Pilatos somente ouvia. Tentei argumentar, mas de nada adiantava a minha fala. Quando o pai tomara a decisão, apoiado pela direção de fazer o B.O., eu disse-lhes: então vamos lá na Delegacia de Polícia, que eu também vou lavrar um B.O. de desacato, de resistência, de calúnia, difamação, etc., que será para mim fácil de apresentar as provas. Só que para vocês vai ser impossível provarem o racismo de uma pessoa descendente de escravo como eu, que tem trabalho em prol da comunidade negra, dá aulas gratuitamente na Educafro, etc”.

Quando a Vice-Diretora percebeu que eu havia virado o jogo tentou de imediato mediar a situação, argumentando que iria ficar ruim para escola, que a gente devia entrar num consenso e deixar tudo isto para lá. Concordei em deixar para lá, pois sou da paz, para mim nunca interessou atacar, somente defender. Mas fiquei refletindo sobre o lado tendencioso da escola, que age unilateralmente, defende um só lado, desde que não seja o lado professor!

Episódio da Cidadania – A direção da E.E. Azevedo Júnior, acatando pedido de uma mãe de aluno, formulou queixa e acionou a Diretoria de Ensino contra o prof.Maurício, acusando-o de ensinar cidadania aos alunos de uma determinada 6D.  A mãe argumentava à direção que o professor não dava conteúdo, somente lição de cidadania. Após abertura do Processo de Apuração Preliminar, verificou-se que aluno em voga é que não fazia lição, seu caderno estava em branco e que o professor não só desenvolvia todo o conteúdo programático previsto, como ainda desenvolvia atividades de cidadania, nos termos dos PCNs. Diante desta evidência a escola envergonhada arquivou o processo. O professor ainda, se quiser, poderá responsabilizar judicialmente a escola, por denunciação caluniosa.

 Episódio do Estupro, na Infância – Um determinado aluno cujo perfil indisciplinado já havia sido descrito por todos os professores em atas do Conselho de Classe, queixou-se à Direção por meio de seus pais de que o professor havia dito que o mesmo estava tendo um comportamento negativo em sala de aula, semelhante a alguém que, na “infância fora estuprada”. A direção da escola, ao invés de procurar ouvir a versão do professor, orientou aos pais do menino a lavrarem um Boletim de Ocorrência, na delegacia de polícia. Após apuração verificou-se que o professor havia dito que o aluno tinha um comportamento negativo em classe, semelhante a ágüem que teve a “infância desestruturada”. O aluno inverteu a frase e a escola, mais uma vez errou, na sua visão dicotomizada das versões de um fato e por isto poderá ser responsabilizada pelo professor.

Episódio doa Abaixo-Assinado – no dia 01/04/2010, numa quinta-feira santa, dia da mentira, havia poucos alunos na classe, em razão do feriado. Estes poucos alunos, fizeram um abaixo-assinado, segundo eles de mentira (1º de abril), para tirar uma coleguinha da classe. A Coleguinha levou o abaixo-assinado para casa. Seus pais compareceram à escola, num período adverso ao do professor, para em conjunto com a Vice-Diretora tirarem proveitos da situação. Há rumores de que a Vice-Diretora orientou aos pais a fazerem um B.O. na Delegacia de Polícia, além de redigir a queixa, como se fosse escrivã policial, ela ainda teve a ousadia de reconhecer a autenticidade do documento como sendo do prof. Maurício, mesmo sem ser perita em grafotécnica.

O Padrasto da menina disposto a tirar proveito da situação, vai a diversas emissoras de televisão e jornais, com apoio do Vereador Boquinha. Ele resolve declara que a menina era especial, coisa que nunca havia feito antes. Nunca os alunos, nem os pais dos alunos, nem a escola e muito menos os professores jamais foram comunicado da especialidade da menina.

Não há nada mais impactante, para provocar uma comoção nos ouvintes, do que aquela reportagem enganosa que o sensacionalista Datena fez, mostrando uma versão unilateral dos fatos, como se uma moeda tivesse um só lado.

A reportagem tendenciosa teve uma grande repercussão nas pessoas que passaram a ameaçar o professor pela Orkut, pelo MSN, por telefone, etc. O professor correu um grande risco de vida, teve que refugiar no seu próprio lar por longos dias.

Nesta escola a Diretora é tão poderosa, que se o Secretário da Educação tivesse a metade da autoridade que ela pensa que tem, todos os problemas da educação já estariam resolvidos. Pois nos consta que a danada afastou o professor Maurício, por 15 dias, por conta própria, sem nenhum amparo legal. O coitado do professor, após desconfiar da atitude dela, foi quem ainda teve a iniciativa de alertá-la e tomar as providências, com receio de que recaísse algum ônus sobre ela. Dizem que ela é mestra em agir assim, porque é respaldada pela Diretoria de Ensino. Esta diretora, quem a conhece sabe de seu lema, que ela o enuncia assim: “Na escola, eu pego alguém para pato, para servir de exemplo para os outros”.

Esta diretora, conforme sabemos, não bastasse a encrenca em que metera o professor Maurício, ainda vivia, às portas fechadas do seu gabinete, entrevistando professores e alunos sobre o comportamento do professor Maurício, tentando arrancar coisas para acusar falsamente o professor de haver cometido crime de pedofilia, abuso sexual, sedução, etc.

Nesta escola há representantes de alunos, que trabalham como amigos de escola há muito tempo, mas que na realidade são espiões, que deduram professor. Dizem, que nesta escola, a caguetagem é tão valorizada, que até já promoveu professora a Vice-Diretora, pela eficácia na deduração de colegas. Também dizem que nesta escola há até advogados, defensores dos deslimites dos alunos, que os orientam como agir em sala de aula, para peitar o professor.

Nesta escola, onde reina a ilegalidade, a injustiça e a incompetência gestora, fazem festas, comemorações, festas juninas, jantares, com o uso de bebidas alcoólicas; onde cada professor e funcionário ganha um dia de folga se levarem uma caixa de serveja.

Nesta escola jamais houve a exposição de balancete de APM, para prestação de contas à comunidade, nos termos da lei. Ali também jamais os professores participaram da organização do calendário escolar.