TÉCNICAS DE CONCENTRAÇÃO

 

Concentração é a ação de se dirigir a atenção ao centro de uma determinada coisa. A concentração é uma faculdade muito especial da nossa consciência ou da nossa alma. Há uma relação de interdependência entre as práticas de concentração, de relaxamento e de respiração, isto é, um depende da outra e vice-versa.

O ato da concentração requer três coisas: sujeito, atenção e objeto.  A atenção é a ponte que o sujeito ao objeto. O sujeito é a pessoa, o contrador, o objeto é o concentrado e a atenção é o conectivo de ligação.

A atenção é uma faculdade da consciência ou da alma diretamente proporcional ao percentual de consciência que temos.

Quanto maior é o nosso percentual de consciência, maior é a nossa capacidade de concentração. Quanto maior é o ego maior é dificuldade de concentração e maior é o poder de distração.

A distração é uma ação inversa da concentração. Pois na concentração a atenção é convergente para dentro e para o centro; e na distração a atenção é divergente do centro, é voltada para fora.

Podemos concentrar em coisas exteriores, que é a alo-concentração, que pode ser um ponto ou sistema de pontos, corpos, paisagens, etc., reais ou virtuais. Pela alo concentração dirigimos a nossa atenção para coisas do mundo físico ou meio ambiente.

Podemos concentrar no nosso corpo físico, que é o mundo intermediário entre o mundo exterior e o mundo interior, que o universo psicológico. Quando concentramos em qualquer parte do corpo físico, estamos efetuando a mesoconcentraçao.  

Podemos concentrar no nosso mundo psicológico para observar os próprios pensamentos, os próprios sentimentos, as emoções, etc., Quando concentramos em algo do nosso mundo interior estamos desenvolvendo a autoconcentração ou auto-observação.

A concentração é a prática básica para desenvolvermos com sucesso qualquer outra prática gnóstica. Dela dependem todas as demais práticas gnósticas.    Com uma concentração perfeita conseguimos resultados positivos nas demais práticas gnósticas.

Um fracasso na prática de concentração impede a obtenção de resultados positivos nas demais práticas gnósticas.

A prática da concentração não começa na hora vamos deitar e dormir e sim a partir do momento que acordamos. Desde o momento que acordamos, durante todo o dia e até o momento de irmos deitar, à noite, devemos estar fazendo a prática da concentração de modo contínuo, sem cessar.

Durante o dia vamos desenvolver muitas e diversas atividades, onde devemos fazer cada uma delas por sua vez, com começo, meio e fim, prestando muita atenção naquilo que estamos fazendo, sem se distrair.

Devemos estar pensando e sentido somente aquilo que estamos fazendo. Não devemos estar pensando em mais nada do passado ou do futuro, para que possamos ser protagonistas do presente.

Então devemos desenvolver a prática da concentração em qualquer lugar onde quer que estejamos, de instante a instante.

Nós estamos concentrados quando possuirmos um só pensamento interconectado a um só sentimento.

Devemos compreender que a causa dos múltiplos pensamentos, da distração, é o ego. Então devemos aplicar a morte em marcha aos elementos egóicos para determinamos um maior potencial de concentração. 
Ao atingirmos êxito na auto-observação, assim como na perfeita concentração significa que estamos iniciando bem o trabalho esotérico.

Perfeita concentração é repousar a atenção plena em apenas uma coisa, fato. Fenômenos, acontecimento, estado, evento, assunto, tema, lugar, objeto, etc.

A concentração é uma faculdade da consciência, que vai aumentando quando vamos eliminando os defeitos que a impedem de brotar.

A concentração interna, na forma de auto-observação é muito necessária para nos darmos conta dos defeitos. A concentração na atuação do ego se constitui na própria auto-observação.

Não obstante, o esforço é necessário. Toda faculdade da essência exige esforço para ser adquirido. Como sempre dizemos: a vontade canalizada é capaz de muitos milagres. Assim, a consciência deve empunhar a vontade.

O V.M. Rabolú desenvolveu a prática da agenda, onde
devemos fazer todas as coisas do dia de maneira concentrada, uma de cada vez. Não devemos fazer duas coisas ao mesmo tempo, pois isso dificulta e muito a auto-observação, favorecendo grandemente a identificação com as coisas do diário viver.

Há muitas técnicas de concentração importantes, como concentrar nos elementos naturais, principalmente nos quatro elementos da natureza: água, ar, terra e fogo.

Também podemos concentrar na própria respiração, no coração, na nossa nota síntese que emite um som semelhante ao sibilar do grilo, etc. Destas a mais importante, intensamente praticada e a nós recomendada pelo V. M. Rabolú, é a concentração no coração.

Por último deve-se enfatizar que as orações, as mantralizações, as músicas, as danças sagradas, etc. se constituem em bons objetos de concentração.

Na prática podemos dizer que estamos concentrados em determinada coisa, por um determinado tempo enquanto a nossa atenção, raciocínio, pensamento e sentimento estiverem focados nesta determinada coisa.

Se escolhermos fazer a prática de concentração no coração, por exemplo, enquanto estivemos pensando, sentindo, imaginando, nele como um todo ou em partes dele, estaremos concentrados. No momento em que a nossa atenção se desviar para outra coisa, perdemos este estado de concentração para cair num estado de distração.

Para uma didática perfeita de educação da nossa capacidade de concentração devemos começar a prática por curtos períodos e ir aumentando gradativamente até conseguirmos permanecer concentrados ao tempo que desejarmos. Para isto temos que montar na mente, dominá-la, dirigi-la. Não devemos deixá-la andar por ai à rédea solta, como diz o V. M. Rabolú.

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