VALORES DE SUSTENTABILIDADE DA VIDA
(Profº. Maurício da Silva)


Já em pleno século XXI, é notória, nos quatro cantos do mundo, a luta da humanidade pela reconquista da paz, onde a maior dificuldade que se apresenta para a sua obtenção reside exatamente no grande desafio para o homem atual, que é a dificuldade de resgatar os valores esquecidos, reconstruir os valores decompostos e  adaptar-se aos valores emergentes. Este é um desafio tanto para a família e para a escola, como para a sociedade em geral. Ao se chegar ao século XXI, o homem começa a perceber o beco-sem-saída que a degradação dos valores lhe colocou e que vive num caos total, proporcionado pelo paradigma antropocêntrico. O avanço tecnológico que hoje dispomos se constitui num sucesso de conquista das ciências, mas que não compensou o fracasso da consciência e a degradação dos valores.

A  sociedade humana tem sofrido transformações, econômicas e políticas profundas, baseadas numa lógica antropocêntrica, que interfere muito nas relações interpessoais degrada valores, expande a violência e encurta a paz. Estamos vivendo tempos difíceis, violentos, em que os valores e paz vão se afastando de nós para sempre. Por que tudo isto está acontecendo? Qual é a causa central de tudo isto? Aonde iremos chegar, se continuarmos nesta trajetória nefasta de decomposição dos valores de sustentabilidade da vida?

Através  dos tempos, por entropia, a humanidade foi perdendo os valores das virtudes da consciência, esquecendo dos referenciais  da paz, para mergulhar no mundo dos defeitos, de tal maneira que, hoje, os valores e referências superiores já estão perdidos, a tal ponto que muitos já consideram ultrapassados e desinteressantes os conceitos éticos, morais e espirituais.

Estas transformações, pela quais vem passando a humanidade, calcadas no antropocentrismo,   influenciaram as pessoas, cada vez mais, a se adaptarem as suas vidas ao materialismo, onde o respeito aos semelhantes, à natureza e à vida é ignorado, onde as informações rápidas e contraditórias mostram às nossas crianças, aos jovens, etc., um mundo configurado sob as inversões de valores, em que egoísmo e devassidão já se fazem bastantes visíveis.  Certamente tudo isto tem gerado todo tipo de conflito e tensões existenciais. Daí que o grande desafio para a Humanidade atual consiste em resgatar os valores esquecidos, tais como : compreensão, solidariedade, fraternidade, gratidão, generosidade, alegria, flexibilidade, resiliência, alteridade, honestidade,  paz, integridade, responsabilidade, parceria, etc.

Os valores de humanidade se constituem em atitudes naturais que emanam dos corações puros, das pessoas de bem.  Portanto, devemos nos aperfeiçoar, para que eles façam presentes, naturalmente, em todos nós. Para tal devemos praticar intensivamente os TFRC, praticarmos um reto-pensar, um reto-sentir  e um reto-agir, a fim de que posamos ser virtuosos, amáveis,  castos, benevolentes, honestos e valorosos.

Precisamos, enquanto educadores, organizar a nossa escola de forma a estimular os nossos alunos a construírem e vivenciarem os valores  de cooperação, de solidariedade, de trabalho em grupo, etc. Pois a verdadeira educação  não se configura com mero conhecimento, mas sim em cima das ações e praticas dos valores humanos de sustentabilidade da vida, na vida diária e não apenas em palavras vazias destituídas de praticidade. Verdade, paz, amor, justiça, não-violência, etc., se constituem em valores de práxis.                             

O valor se constitui em algo que associa diretamente a qualidade de todas as coisas. O valor não é o objeto ou o bem material em si mesmo, mas o agente que se liga a eles, para dar-lhes determinação qualitativa. O valor é essencialmente  a qualidade das coisas. Ao valorarmos as coisas, estaremos emitindo um juízo de valor sobre elas. Os valores serão tanto mais elevados quanto maior for sua durabilidade e sua indivisibilidade. Os valores com maior grau de divisibilidade sofrem diminuição hierárquica. Quanto maior felicidade proporcionarem ao homem, mais elevados serão os valores.

O valor se constitui em algo que guarda um regime de interdependência com bens concretos de todas as dimensões do cosmo. O valor se constitui em algo que se liga a todas as coisas associadas à realidade. Também não é somente algo construído sobre a realidade, como também não é algo separado da realidade. O valor se constitui num estado das coisas, numa propriedade delas.

Os valores podem ser divididos em duas categorias principais: valores relativos - individuais ou subjetivos e valores absolutos – espirituais, objetivo.

A axiologia dos valores é a ciência dos valores, que configura a valoração e a hierarquização da escala de valores, agrupando-os em valores morais, éticos, espirituais, humanos, ambientais, etc. O vocábulo Axiologia origina-se do grego; axios = valor, valia e logos =  teoria.  Este termo é muito usado atualmente para designar a teoria do valor que investiga a natureza, a essência e também os diversos aspectos que o valor pode tomar na cultura humana. A axiologia iniciou-se com o filosofo Platão, na teoria das formas ou idéias subordinadas à forma do Bem, e se desenvolveu, posteriormente, com Aristóteles, através dos estóicos e dos epicuristas, que investigaram sobre o sumum bonum ou supremo bem. Na filosofia escolástica, o Summum Bonum ou supremo bem, que  é Deus. No século XIX, surgem diversas doutrinas sobre a relatividade dos os valores em decorrência da influência da Economia, da Sociologia e da Psicologia dos Valores. Na axiologia jurídica, o maior valor é a justiça e a paz, na axiologia gnóstica  é sabedoria, na axiologia holística é a totalidade e a interdependência de todas as coisas, na axiologia educacional é ordem, a disciplina, o limite, etc.

A axiologia é o estudo ou teoria dos valores morais, lógicos ou estéticos.Nietzsche, o filósofo alemão, criador da Psicologia da Auto-superação e da Doutrina do Super-Homem,  em sua concepção dos valores estabeleceu uma tábua dos valores vitais, de intrínseca relação entre o ser do valor e o homem. Scheler ventila que a questão moral passa pelo dado volitivo da pessoa, onde toda pessoa humana possui valores, ama, odeia, segundo a maneira peculiar de cada um.
  
A axiologia como Estrutura de Pensamento, na visão de Packter, demonstra o que importa ao partilhante, onde valor é simplesmente aquilo que é importante. Sendo que os valores podem ser excludentes, amistosos, conflitantes entre si mesmos, entre tantas opções mais, etc.

A axiologia dos valores nos revela qual valor é determinante para uma determinada pessoa e para outra não.  O que leva a uma coisa a ser importante à pessoa e para outra não. O que é importante a cada pessoa, que estabelece os critérios de se valorar e a estruturação do valor que leva alguém a preferir isto ou aquilo. Ao estudarmos os valores, do ponto vista axiológico, é interessante saber o que cada pessoa quer.

A axiologia trata dos problemas morais, ambientais, sociais, culturais, da ética, da estética, do direito, da política, da escatologia, etc. O importante acerca doutrina dos valores é o despertar da consciência, através dos TFRC, para distinguirmos com muita clareza o que é o bem e o que é o mal, praticarmos a cidadania, a justiça, o amor e a caridade, para que tenhamos uma atuação mais consciente no seio da sociedade em que convivemos holisticamente, de modo simultâneo e interdependente.Os valores, ao longo da historia da humanidade, foram tratados sob diferentes visões filosóficas e antropológicas no que concerne a sua construção, constituição, definição e prática.

A humanidade atravessa momentos difíceis! Os valores  de sustentabilidade da  existência da Teia da Vida estão em franca decomposição. Através do aumento assustador da violência generalizada a vida foi se banalizando. A violência cresce assustadoramente, em suas múltiplas dimensões, na família, na escola, na ecologia, nos esportes e na sociedade em geral, nos quatro cantos do mundo e já há ameaças a paz e a continuidade existencial do próprio planeta, dos seres humanos e de todos os seres vivos. A humanidade está num beco-sem-saída!

A raça humana triunfou indelevelmente na ciência e na tecnologia, mas fracassou rotundamente na arte de construção dos valores da cultura da paz. Só que nenhum sucesso obtido pelos seres humanos, no moldes antropocêntricos, em qualquer setor da sociedade, compensou o fracasso na trajetória de construção da cultura da paz.

A raça humana, com sua ciência destituída de consciência avança a passos largos na trajetória de apocaliptização, de descomificação da vida. Com  sua tecnologia avançada, o homem construiu artefatos bélicos de destruição da vida, com sucesso. E, com sucesso estas armas vão destruindo a vida! Entretanto, os cientistas não conseguiram, até hoje, por mais sofisticado que sejam os laboratórios, uma substancia egocida, para pulverizar a raiz de toda maldade e respaldar a sustentação da vida no planeta!

Talvez o maior desafio hoje de toda a humanidade, através da família, da escola e da sociedade humana, resida na tarefa de resgate dos valores de sustentabilidade da vida perdidos, na manutenção dos que ainda existem e na construção de novos valores universais de sustentação do planeta.  Esta tarefa se torna difícil e ganha graus de complicação cada vez maior devido ao meio televisivo da mídia. A televisão, infelizmente se tornou uma ferramenta poderosa de desconstrução dos valores morais, espirituais e éticos.    

Devemos erradicar os valores antropocêntricos, substantivados no ego e construir os valores  gnoseolísticos de substrato na consciência, consoante os TFRC, conforme abordamos em nossos cursos e escrevemos em nossos livros. 

Para ajudar a humanidade na difícil missão de resgate dos valores perdidos, apresentamos oProjeto Educação em Valores de Sustentabilidade da Vida“, que se constitui numa iniciativa do Movipaz, em parceria com a EE Azedo Júnior, de abordar os temas transversais propostos nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN/MEC), visando dar uma formação aos alunos em axiologia dos valores, passando pelos valores de respeito à vida e a si mesmo, de respeito mútuo, de alteridade, de justiça, de diálogo, de solidariedade, de disciplina, de limites, de ordem, de concidadania, de resiliência, de cultura da  paz, etc.

Este projeto de formação em valores de sustentação da vida, reflete a preocupação dos educadores da nossa escola para com a formação dos nossos alunos e através da realização de um trabalho pedagógico, coletivo e interdisciplinar, de incentivo a autonomia de cada educando. Nossa escola, em conjunto com o Movipaz e o Jornal Escola de A Tribuna de Santos, está procurando transmitir ao alunado, subsídios para construção dos valores de sustentabilidade da vida, ajudando-o a se posicionar adequadamente nas inter-relações da teia da vida e nas redes de sistemas sociais, dentro da escola, da família, da comunidade como um todo, estimulando-o a desenvolver condutas retas de sustentação de uma cultura de paz e não-violência.

O nosso projeto em Valores de Sustentabilidade da Vida se propõe, como meta, a empreender uma reflexão sobre os valores como elementos formadores e alimentadores de uma cultura de paz e não– violência. Essa reflexão que servirá de embasamento à condução de um levantamento empírico sobre a escala de valores no seio de nossa comunidade. Exatamente no momento que nossa comunidade experimenta  a maior crise de valores, por esta também inserida num todo social que promove a degradação dos Valores.

Ao falar de valores humanos significa, segundo o contexto holístico, conceber o homem como produtor da realidade histórica, construída a partir de uma consciência cidadã que valoriza e transmite,  que realiza e transforma, ao  longo da história da evolução humana, desde o seu aparecimento no planeta terra. O ente humano, distingue-se dos outros animais através da racionalidade, em que a sua consciência assegura a construção dos princípios que lhe permitem estabelecer uma distinção entre o bem  e o mal, garantindo-lhe o estabelecimento de um caminho para a busca do seu ideal de realização da felicidade e de paz.  Essa consciência, menos clara nos primeiros homens, mas já detectada na pré-história, foi evoluindo na medida em que se torna capaz de acumular conhecimento e descobrir uma realidade em a si mesma.
De acordo com a Axiologia, a aceitação, a apreciação, a avaliação de qualquer objeto, toma o valor como critério de avaliação. Desta forma, o valor como critério de avaliação de um objeto vai refletindo, do ponto de vista ideal, a convergência das tendências históricas. Esta é a razão pela qual os valores  são mutáveis, pois mudam através dos  tempos e dos espaços, de acordo com a constituição cultural de cada povo. Os valores se apresentam sempre na forma bipolar, se comportando necessariamente, de acordo com a percepção de cada sociedade, em componentes positivos e negativos, tais como cidadania/anticidadania,  éticos/antiéticos, justos/injustos, honestos/desonestos.

Os valores positivos, do ponto de vista gnoseolístico, são aqueles que emergem da consciência, na forma de virtudes, de qualidade,  para  construção da cultura do bem, da paz, etc; enquanto que os valores negativos, são aqueles que emanam do ego, na forma de defeitos, para constituição da cultura da violência.
Os valores humanos são os  constituintes básicos de uma cultura, o que podemos constatar a partir do diálogo de Polemarco, Céfalo e Platão na “República”. Os valores são os componentes vivos, que acompanham, ao longo dos tempos, as evoluções gnosiológicas, filosóficas e sociológicas do homem. 
Os valores transcendem a própria estrutura social, uma vez que é através deles, é que são  constituídas a cultura e as organizações de um povo. Os valores fazem presentes no ordenamento social. Através deles podemos compreender como o Estado se organiza, a  forma de governo e de estado, o sistema de governo e o regime de governo, para configurar-se  como Estado Democrático e de Direito.

Como demonstram os achados pré-históricos dos diversos grupos humanos na face da terra, os valores humanos são tão antigos quanto à própria espécie humana. Porém, só após a concepção da escrita, na Grécia Antiga, a partir dos pré-socráticos e, mais tarde, com os socráticos, é que o conceito de valor se configura e ganha espaço na sistematização do conhecimento humano, atrelado à gênese da Filosofia,  que se tornou árvore genitora de todas as ciências modernas.

Os valores estiveram sempre nas indagações  filosóficas inerentes ao homem, à natureza, ao cosmos, etc. De onde viemos, porque estamos aqui e para  iremos, após a morte? O que é a vida? O que é o Ser? Que é a verdade? O que é justiça? O que é ser honesto? Para buscar respostas a estas indagações, ao logo dos tempos, até o presente momento, o homem avançou muito nas ciências gnoseolísticas, mas ainda  não conseguiu esgotar a abrangência e profundidade do significado cosmológico dos valores, exatamente por  possuírem dimensões axiológica e epistemológica, que estão além da percepção de cada indivíduo, de cada povo, de cada país, evolvendo uma diversidade de ingredientes sociais que constituem a cultura de cada povo, em canto do mundo.

O valor  consiste numa realidade que se plasma a partir da concepção das virtudes nobres, legais e justas idealizáveis no ser humano, que vive numa sociedade justa, ecobiossocialmente equilibrada. O valor se conecta a perfeição do homem que vive coletivamente, a sua prática desenvolve no indivíduo, elevando a sua  humanidade e seu grau de seidade. Os valores devem ser cultivados no lar, na escola e na sociedade, para promoção de uma cultura de paz. Por outro lado, o contra-valor torna o homem anticidadão, antiético, produtor da cultura da violência.  A prática do valor torna-se virtude na suas dimensões moral e ética, para dignificar o homem como membro da sociedade, sustentado pelo império da justiça. Onde a cultura do valor positivo reina através do modo de ser de cada pessoa, possibilitando-lhe praticar o bem e construir a cultura da paz.

O ser humano é o único ser vivo, na Terra, capaz de emitir juízo de valor, valorar as coisas que estão ao seu redor. Devemos lutar para ampliar a nossa consciência, a fim de aumentar a percepção, a incorporação e a construção de novos valores no contexto social no qual se encontra imerso. Devido a   sua capacidade racional ele é capaz de construir uma hierarquia de valores.

Os valores possuem, na família, a sua principal fonte de apoio, para, a partir daí, encontrar ressonância em todas as esferas da vida humana, vinculados ao seu mundo social e histórico, à subjetividade das pessoas e ao inter-relacionamento interdependente destas pessoas com a natureza e com os demais seres vivos.
 A Degradação dos Valores - Os valores estão se degradando pela entropia ecobiopsicossocial numa velocidade espantosa, conduzindo a humanidade à violência e ao caos. A instabilidade, a perda de referencial da humanidade se define em função da crise de valores, onde se nota a descrença e o abandono dos valores éticos, morais e espirituais e todos os demais valores nobres. Hoje em dia já é muito difícil encontra gente honesta, íntegra. Há pessoas honestas em ideais, mais que, na prática, exercitam a desonestidade. A degradação dos valores é tão evidente, cujas conseqüências são tão nefastas, que o até a  vida, maior valor deste mundo, está sendo banalizada. A humanidade cresceu tanto em sua ira, em que o homem, por motivo banal, ceifa a vida de outrem, como já temos assistidos, infelizmente, perto de nossas escolas, em plena Vila Belmiro. Dá-nos a impressão de que as pessoas que vivem à margem dos valores da cidadania e da justiça, são possuidoras de mais direito que aquele que cumpre com os requisitos éticos, morais, etc.

Temos que praticar os fatores de revolução da consciência e fabricar mais virtudes; precisamos demais delas, não podemos delas abrirmos mão. Pois é melhor ensinar as virtudes às crianças e aos jovens, do que condenar os defeitos, como afirmava Spinoza.  A analisarmos a trajetória da evolução social do homem, vamos a encontrar, ao longo se sua caminhada, um progresso tecnológico e um retrocesso social, devido à degradação dos valores, chegando a um limite extremo, onde  se constata que já está muito difícil de conviver com a natureza social degradada do próprio homem.

Em nossos tempos os valores já estão invertidos, há dificuldades na interpretação e na prática dos valores. Em pleno século XXI, a humanidade assiste passivamente a quebra dos valores. Já há crises valorativas que atingem principalmente a família, a organização mais antiga da humanidade a fonte primária da gênese do Estado. Já há muitas descrenças nos valores mais nobres que sustentam a sociedade, tais  como a amizade, a Justiça, o respeito pela vida, a aspiração pelo progresso, o trabalho honesto e digno, etc. Já há uma hipnose coletiva, uma psicose social acerca da descrença nas instituições democráticas e nas autoridades legitima e legalmente constituídas. Nesse contexto, o futuro da humanidade é sombrio, pois a quebra de valores corrói as estruturas familiares,  sociais e ameaça  o meio ambiente.

A desvaloração dos procedimentos que levam à retidão, às condutas morais, espirituais e éticas propicia a corrupção, a omissão, ambição e outros valores negativos, desvalores ou contra-valores que engendram violência estrutural, fazendo com que os concidadãos brasileiros se desiludam da política, em face do comportamento antiético de alguns representantes do povo nas três esferas de poder, a nível municipal, estadual e federal. Entretanto, convém lembrar que a política, porém, tem com ponto de partida a estrutura da sociedade. 

Por outro lado, a valoração é o fruto da cultura que o reproduz , por intermédio do esforço do homem em elevar o nível de ser, em transcender-se a si mesmo, a sua realidade contextual e sua situação histórica.  A origem e o significado do valor humano está diretamente atrelado à origem do próprio ser humano, embasando a estrutura da moral e ética que, por sua vez, alicerçam  o valor Direito, que é o substrato do valor Justiça., a despeito de Aristóteles e dos pensadores helênicos terem considerado a justiça como um hábito. A justiça é uma igualdade, o equilíbrio; a injustiça é uma desigualdade, um desequilíbrio, afirma Aristóteles. A essência de justiça é a igualdade, acrescenta S. Tomás. Eis, pois, a relevância da Justiça como valor humano que, junto a outros valores, como a família, a saúde, a fé e o amor, formam a estrutura valorativa do Direito Natural, ao qual o Direito positivo se curva.

A corrosão dos valores tira o sentido da vida existencial, enquanto que os valores positivos se constituem no ingrediente social que dá sentido a vida iniversal. Podemos definir Valor positivo como sendo a apreciação positiva que se faz de todas as coisas, dos estados internos da alma, das coisas externas a ela, dos eventos, das idéias,  das pessoas, da cultura, etc. Devemos lutar muito para dar uma educação aos nossos filhos, aos nossos alunos e a todos os cidadãos, pois se sabe que a educação influencia na interiorização e na prática de valores hierarquizados. Os valores são concebidos pela razão, de forma deliberada e conscientemente, para se incorporarem aos nossos sentimentos, as nossas atitudes, a nossa prática de vida e ao nosso Nível de Ser.

Devemos ensinar ao aprendiz, em casa e na escola, que a desordem, o desrespeito, a falta de limites, a indisciplina são contra-valores que violentam paz. Daí que precisamos de regras, de normas, para construirmos os valores mais elevados. A melhor didática para se ensinar os valores aos nossos filhos, aos nossos alunos, etc., consiste em sermos exemplos e vivenciá-los na prática.

Os  Três Fatores de Revolução da Consciência(TFRC) preconizados pela Psicologia Revolucionária do Dr. Samael Aun Weor, se constituem na ferramenta mais importante de construção de valores. Pois à medida que vamos morrendo para os defeitos, deixamos de praticar os contra-valores, de produzir violência; ao nascermos para as virtudes, teremos condições de praticar os valores positivos, construir o bem; o que nos qualifica para trabalharmos voluntariamente ao bem dos nossos semelhantes, ajudando sempre a humanidade a resgatar os valores degradados e construir novos valores demandados.

A sociedade componete da sexta Raça-raiz, na Idade de Ouro, será constituida por pessoas de essencia livre, recheadas de virtudes, de valores, uma sociedade pura. As pessoas de nossa atual quinta Raça-raiz, na sua Idade de Ferro, já estão manchadas pela deterioração de seus valorse. Assim elas não poderão fazer a travessia da noite para o amanhecer da galáxia, neste estado em que se apresentam. Para poder fazer a travesia da noite para o amnhecer da galáxia cada um de nós precisa transformar-se radicalmente. Precisamos desintegrar dentro de cada um de nós os germes decompositores dos volares e construir os agentes compositores das virtudes da alma.

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