Podemos definir oração como sendo um ato místico que visa estabelecer uma conexão entre o sujeito que ora e o receptor da prece.
A oração convencional se estabelece por meio de conversa, para efetuar agradecimentos, pedidos, para manifestar reconhecimento ou louvor diante de um ser transcendente ou divino, etc.

Segundo diferentes manifestações místicas, a oração pode ser: formal, informal, individual, coletiva, pública, particular, etc. Pode envolver o uso de palavras articuladas ou silenciosas. Pode ser na forma de música, de mantralização, de runas, etc. Quando a linguagem usada a oração pode assumir a forma de hino, de encantamento, de declaração de credo formal, de expressão espontânea de pessoa fazendo a prece, etc.

Existem diferentes formas de oração, como a de súplica, de pedidos, de agradecimento, de adoração, de louvor, etc. Segundo a sua crença a pessoa dirige suas orações a um deus, aos anjos, a espíritos, a pessoa falecida, aos mestres, a Deus, etc.

Segundo o nível de consciência do orador a oração pode ser feita com os mais diversos propósitos. As pessoas mais elevadas espiritualmente oram para agradecerem ao seu Deus Interno, que está aqui e agora, para expressarem a sua obediência há vontade do Pai Interno; dirigem suas petições em favor de seus semelhantes, dos seres vivos, da natureza, etc. Pessoas menos elevadas espiritualmente rezam a um Deus externo, que está lá longe, no Céu, solicitando benefícios materiais ou espirituais para si próprias, pela consecução de um determinado objetivo particular, etc.

A maioria das religiões envolvem momentos de oração formal. Algumas religiões criam ritos especiais para cada tipo de oração, com rituais que exigem o cumprimento de uma seqüência estrita de ações. Há religiões que controlam o orador, colocando restrição naquilo que é permitido rezar. Também há religiões com doutrinas mais avançadas que praticam a oração livre, de modo informal, que pode ser praticada por qualquer pessoa espontaneamente a qualquer momento, como a religião Mórmon, por exemplo, onde o orador inicia a prece, dirigida ao Pai Celestial, iniciando com agradecimentos e finalizando com pedidos.

Na realidade, gnoseolisticamente falando a oração se constitui numa técnica auxiliar de concentração, para chegar à meditação. Sendo assim, ao bem da veracidade, a oração não tem o poder de nos conectar diretamente com Deus, mas sim de ser um meio para auxiliar esta conexão. O que nos conecta diretamente com o Pai Celestial Interno é a meditação.

Da oração se chega à concentração e desta à meditação, onde esquematicamente temos:
Oração → Concentração → Meditação → Contato com Deus.

Oração - Estado psicológico em que há no agente orador uma diversidade de pensamentos e sentimentos e emoções.
Concentração – estado psicológico em que há no agente pensador apenas um pensamento, que se conecta a apenas um sentimento.
Meditação – estado místico em que já não há no agente meditador nem mais um pensamento e nem sentimento. É onde o agente meditante estabelece dentro de si mesmo o vazio, que será preenchido por Deus.

Deus não pode ocupar dentro do nosso espaço psicológico, o mesmo espaço que está sendo ocupado pelos agentes psicológicos do ego, quanticamente falando. Uma das 48 leis da física, a lei da impenetrabilidade reza que dois corpos não pode ocupar o mesmo lugar no espaço.

A oração em si mesma não possui nem um poder milagroso, mas abre caminho para o milagre acontecer. Quando uma pessoa católica, por exemplo, chega à sua igreja com problemas, o padre manda ela rezar algumas Ave Maria e uns Padres Nossos. A pessoa começa rezar e fica logo bem, os problemas desaparecem como um milagre. Na realidade o que ocorre é que a pessoa estava num estado psicológico desequilibrado, devido a atuação do ego, que conduz a sua mente de um lado para outro, contínua e incessantemente, em total desconcentração de si mesmo. Ao iniciar o processo da reza o agente orador foi obrigado a fixar a sua mente em um só pensamento, na oração, obtendo consequentemente a concentração e o equilíbrio psicológico.

A oração para ter a sua eficácia é preciso que o agente orador tenha fé e seja pragmática, precisa ser revestida de ações práticas. Somente a oração desprovida de ação prática de nada adianta. Jesus Cristo para conceder determinadas graças a determinadas pessoas exigia que esta tivesse fé e efetuasse alguma ação prática.

Conta a parábola da lua- de –mel que havia na roça um casal que, ao partir para a viagem de lua-de-mel, teve que atravessar um campo onde havia uma boiada. Um boi, a uma certa distância, partiu em direção ao casal. A noiva, ao notar a intenção do garrote, disse ao noivo:
Meu bem, como eu não tenho religião, não sei orar, eu vou correr! O noivo respondeu-lhe:
_ vá meu anjo, mas eu como tenho uma religião, sei orar, tenho fé, vou ficar aqui fazendo uma oração!

O marruá passou perto do noivo que estava orando e partiu para cima da noiva. Quase pegou-a atravessando debaixo da cerca. O touro, furioso por não tê-la pego, deu meia volta e partiu em direção ao noivo, que estava ainda orando, agradecendo pelo fato de o touro haver preterido-o, passado por ele, sem investir, por causa da oração que fizera. Fica fácil de deduzir o que aconteceu, né? O novilho chifrou o noivo, arrastou-o e jogou-o através da cerca de arame!

Conclusão, a noiva não efetuou oração, mas configurou uma ação, agiu! O noivo teve oração, mas não teve ação. O agente orador, para obtenção de uma graça, precisa estabelecer uma conexão entre três elementos: oração, fé e ação.

Jesus Cristo nos ensinou muitas formas de oração, desde a mais simples até a mais elevada, que é a meditação. Jesus nos ensinou a meditação, quando disse: “ Entra no teu quarto (no teu interior psicológico), feche a porta ( pare os vários pensamentos, estabeleça a concentração) e ore ao Teu Pai, que está em segredo (está dentro de ti, aqui e agora), e em segredo, Ele te atenderá”. Esta é a mais alta forma de oração, pois é informal, particular, privada, silenciosa, dirigida ao local onde Deus se encontra mais próximo do orador.

Deus não está lá em cima, muito distante do agente orador, em determinada igreja ou lugar como muitos supõe. Porque, se Ele estivesse só lá em cima, nos Céus, ou em determinada igreja e nas outras não, estaria irrevogavelmente contrariada a lei da Onipresença. Pela Onipresença o Criador está em todos os lugares, convivendo conosco simultânea e interdependentemente.

Entre as diversas formas de oração que nos deixou o Salvador está o Pai Nosso, que é poderosíssima e tem sete petições, destinadas universalmente a toda a humanidade. Jesus faz as sete petições, no Pai Nosso, não para toda a humanidade, Vejamos:
Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o vosso nome(1).
Venha a nós o vosso Reino(2).
Seja feita a vossa vontade, assim na Terra como no Céu(3).
O pão nosso de cada dia nos daí hoje(4).
Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido(5).
E não nos deixei cair em tentação(6), mas livrai-nos do mal(7).
Amém.
Crishnamurti disse que a oração é uma forma que orador, desprovido de um estado psicológico adequado, utiliza-a para buscar um estado místico mais elevado. Porém se observamos na prática, veremos que o agente orador volta a cair em estado psicológico deprimente, após cessar os efeitos da oração. Daí depreende que nós devemos estar em oração permanentemente, para manter tal estado, isto é, vivermos em estado de oração, o que na prática significa estarmos em estado de alerta percepção, orando e vigiado, afim de superarmos a nós mesmo, com disse Jesus Cristo.

O Dr. Jorge Adoum e V.M. Rabolu são unânimes no pensamento de que a oração que se faz a Deus ajuda muito mais ao orador que está pedindo, do que para quem ele está pedindo. Pois funciona como um laço de ligação entre o ardor o e a quem se está fazendo a petição, Deus. Esta filosofia encontra respaldo nos ensinamentos de Jesus sobre os Lírios do Campo e as Aves dos Céus. Deus sabe o que cada um de seus filho necessita e a Justiça Divina sabe o que se deve ser concedido a cada um, de acordo com o seu mérito, antes de nós fazermos a petição em oração. Portanto nossa oração, por mais poderosa que seja não tem o poder de mudar os desígnios da Divina Justiça. Por isto ao pedirmos alguma coisa devemos pedir pela misericórdia do Cristo, mas que seja feita a vontade da Lei e não a nossa. O V.M. Samael ao orar, pedia apenas força ao Pai; porque tendo força as outras coisas se conquista, dizia ele.

Em matéria de oração, quando é o ego e quando é que é a essência que atua no orador? Quando o orador está pedindo algo para si próprio, seja da Terra ou do Céu, é o seu ego que está atuando nos Centos Inferiores, visando a obtenção de um prazer, para satisfação de seu desejo. Quando se ora em favor do próximo, dos seres vivos ou da natureza, é a essência que atua nos Centros Superiores da Máquina Humana do orador.

Nas diversas formas de oração que existem, quanto mais simples, privada e secreta ela seja, mais eficaz ela é. Existem pessoa que grita ao orar, outros choram, outros dança, cantam, etc. Ouvi falar de uma certa igreja, que fica no alto de uma colina, em que seus adeptos iniciam a oração e vão orando, rolando ladeira abaixo.

Na Senda da Iniciação cada iniciado vai ter que criar a sua própria oração. Jesus, São Francisco, etc., criaram as suas. Enquanto não se cria a sua, usa-se emprestado as orações criadas pelos Mestres. Mas deve ser lembrar de que as orações dos mestres foram criadas para petição ao semelhantes; portanto não devem ser usadas para pedir algo para si próprio, como a Prece de Cárita, o Pai Nosso e a oração anônima, cuja autoria atribuíram a São Francisco de Assis a sua autoria.

Infelizmente a maioria das religiões distorce a função oração. Há igrejas que associam a oração a poder financeiro, pedem por abundância, por casamentos, comércios, coisas materiais, etc. Há religiões que cobram pelas orações, prometem bênçãos pelas orações, se colocam com interlocutoras, etc.

Há pessoas que erroneamente atribuem, por preguiça, por falta de conhecimento, delegam, por procuração a iniciativa da oração a um pastor, padre, papa, profetas, etc., a iniciativa da oração. Isto para o Pai Celestial é desagradável, pois Ele possui canais de conexão, que se conectam a qualquer um dos seus filhos. Isto seria semelhante aos filhos terrenos de um determinado pai, que possuindo a necessidade de pedir alguma coisa ao seu pai, nomeiam um procurador, para executar tal papel. Qual o pai que não quer ouvir o seu próprio filho expressando as suas necessidades. E qual o pai bondoso e atento que não sabe o que se filho precisa, antes de lhe pedir algo. Qualquer filho de Deus não necessita de intermediário para falar com Ele. Deus não quer que seus filho tenham procuradores, interlocutores, assessores ou porta vozes, para assuntos de Comunicação com Ele.

Quando o homem cria um centro de gravidade na consciência, estabelece um canal contínuo de intercomunicação com Deus, vive num estado de oração constante, em tempo real, em qualquer lugar que esteja, pois percebe o Criador em todas as coisas, não precisando ir a igreja para notá-lo. Quem vive em estado de oração constante, de instante a instante, se relaciona bem consigo mesmo, com demais semelhantes, com a natureza e com os seres vivos.

AS CONJURAÇÕES

As conjurações se constituem numa espécime de armas, que servem para nos defendermos de ataques de tenebrosos, no astral. Também servem para identificarmos os mestres, quando estivermos no mundo astral, verificar se conversamos realmente com um mestre nesta dimensão, pois ali existem entidades vestidas e disfarçadas de santidade.

As conjurações servem para o mundo astral, mas como as dimensões penetram e compenetram, elas acabam repercutindo em outras dimensões. As conjurações podem ser utilizadas antes de realizarmos uma prática, para criar um círculo mágico de proteção, ao nos deitarmos antes de dormir etc.
As conjurações como toda prática devem ser feitas com concentração, positividade, imaginação e Fé. As conjurações, na realidade são dispositivos para nos chamar a consciência, como disse o V.M. Rabolu de a melhor conjuração que possamos ter é a consciência desperta.

O Venerável Mestre Samael Aun Weor afirma que quando mantralizamos a palavra sagrada Klim, desce das dimensões inefáveis do Cristo Cósmico, do Fogo Divino, uma luz esplendorosa e indescritível.

Então, devemos mentalizar ao nosso redor uma poderosa luz branca, alva, que nos protege, como uma parede de aço ao nosso redor, e criando uma campo de energia harmoniosa no ambiente em que nos encontramos.

QUESTÃO DE ESTUDO

Após a leitura deste texto, acesse a página www.agsaw.com.br/vc.htm, assista aos vídeos do tema 33 e faça uma síntese conceitual do assunto, descrevendo Orações e Conjurações.

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